Culto comemora 30 anos de fé e trabalho em São Bernardo

Era uma noite qualquer de sábado em plagas paulistanas. Não, não era uma noite qualquer. Era 22 de março e ela se recusava a ser ordinária. Havia uma solenidade no ar, algo que misturava fé, história e um sopro de eternidade. A IV Igreja Presbiteriana de São Bernardo do Campo se vestia de festa, como um alguém que, ao completar mais um aniversário, neste caso, já se vão 30 longos anos, não se curva ao tempo, mas o encara com altivez, sobriedade e confiança. O que foi tudo isso, então? Era o aniversário da Federação de Homens de São Bernardo, um feito que, em tempos de efemeridades, soava como um escândalo: três décadas de compromisso e serviço.

O templo estava repleto. Mais de 100 pessoas, entre homens, mulheres e suas famílias, todos ali não apenas para assistir, mas para testemunhar. O presidente Vanildo de Brito e o reverendo Stefano Cateringer conduziam a liturgia como maestros de uma orquestra que já conhecia bem a melodia. Cada oração, cada cântico, cada palavra tinha o peso de quem sabe que Deus não é um figurante na vida de ninguém.

A pregação ficou a cargo do reverendo Francisco Vieira de Melo, que escolheu para sua dissertação o texto de Miqueias 6, versos 1 a 8, que pede integridade, bondade e piedade, como se já soubesse que são precisamente essas virtudes, assim como outras, que mantêm uma federação de pé por 30 anos. E ali estavam eles, os homens de São Bernardo, firmes, como colunas que resistem a todo tipo de tempestade.

E não parava mesmo. O evento também teve presenças que conferiam ainda mais peso à noite. O pastor Donizete Ladeia, presidente do Presbitério e do Sínodo do Grande ABC, dava à solenidade um ar de tradição e respeito. Já o vice-presidente Sudeste I da CNHP, Rewerson Fugikawa, um filho da cidade, trouxe o abraço da Nacional e reforçou o valor daquela federação no tabuleiro paulistano do Trabalho Masculino. Falou do "Day Camp Intersinodal", em 26 de abril, no Mackenzie Cabuçu, e, como quem deixa no ar um gostinho de futuro, lembrou que em abril de 2026 todos deveriam estar em Natal (RN), para o XVI Congresso Nacional.

Ao final da celebração, Fernando de Aquino, presidente da Sinodal, tomou a palavra. Fez saudações, lembrou aos presentes que o Congresso Sinodal estava marcado para 31 de maio, na IP de Vila Paulicéia. Não era apenas um convite, era uma convocação, como quem sabe que a obra não pode parar.

No fim da noite, quando os últimos cumprimentos foram dados e os abraços trocados, havia no ar um sentimento estranho, como se aqueles homens estivessem certos de que, dali a 30 anos, outra celebração como essa aconteceria. E que alguns dos que estavam ali hoje seriam apenas lembranças, nomes ditos em tom saudoso, mas que a obra permaneceria. Porque a fé não se prende ao tempo, ela o atravessa.