Quando evangelho avança em Pernambuco
O sol de março, generoso como sempre, já se anunciava quando os primeiros irmãos começaram a chegar. Era sábado, dia de descanso para muitos, mas para aqueles homens da Federação de Garanhuns (PE), atualmente presidida pelo presbítero Elânio Vilela, descanso é um palavra desconhecida quando se trata da proclamação de Cristo. O compromisso estava firmado: avançar. E o avanço, desta vez, era rumo a Correntes, cidade da região onde a IV IP de Garanhuns mantém uma Congregação, para um grande movimento evangelístico.
Na mala, além da Bíblia e do coração disposto, levavam também jalecos, tesouras, estetoscópios e folhetos. A manhã foi de serviço: enquanto uns afiavam a palavra para o evangelismo, outros afiavam as lâminas para cortes de cabelo. Houve atendimento clínico e odontológico – porque cuidar da alma é imprescindível, mas cuidar do corpo também é necessidade cristã. Entre um corte e outro, um exame e uma consulta, sorrisos surgiam, conversas se desenrolavam e, de repente, o evangelho se fazia presente sem precisar de muitas palavras.
Já à tarde, os pés tomaram as ruas. Cada esquina virou púlpito, cada aperto de mão, um convite. A cidade, antes pacata em sua rotina, foi despertada pelo burburinho dos evangelistas, pela entrega de folhetos e, quem sabe, por aquele olhar que, ao receber uma porção da Palavra, refletia uma alma tocada. As crianças, sempre cheias de energia, tiveram seu espaço no culto infantil, enquanto a praça principal se transformava num grande templo ao ar livre para o culto público.
O pastor Samuel Sousa conduziu os louvores. Vozes se uniram em cânticos que subiam como oração sincera. Seu colega de ministério Alison Lopes trouxe a mensagem – e o evangelho foi anunciado como deveria ser, com força, clareza e convicção. Quem passava, ficava; quem ouvia, refletia. E ao final, como convém a qualquer boa reunião cristã, veio a comunhão em forma de sopa quente, partilhada entre todos. Quem sentou para comer, levou no prato o afeto e, no coração, a semente de algo maior.
Gratidão era a palavra que fechava o dia. Primeiro, a Deus – pois sem Ele, nada poderia ter sido feito. Depois, à Congregação de Correntes, que a todos recebeu de braços e sorrisos abertos. À IV IP de Garanhuns, sempre disposta a servir, e ao irmão Reis, cuja dedicação foi notável. E a cada um que não mediu esforços, que não recuou, que cumpriu o chamado. Porque, no fim, a certeza permanecia: o evangelho não se envergonha. Ele avança.