A Longa Jornada de Decleciano Fragoso da Silva: Uma História de Vida Centenária
No sítio Lagoa, em Paulista, Pernambuco, num 10 de setembro de 1924, o vento soprava leve e anunciava a chegada de um novo dia. E junto com ele, vinha ao mundo o pequeno Decleciano José da Silva, o primogênito de Luís Carneta Fragoso da Silva e Anna de Souza Fragoso. Era apenas o começo de uma história que atravessaria gerações.
A infância de Decleciano não conheceu luxos, mas, em contrapartida, foi rica de simplicidade. Ainda menino, ele deixou as paisagens de Pernambuco e rumou com a família para Itapipoca, no Ceará. Ali, entre o cheiro do sertão e a rotina das feiras, começou a desenhar o que seria sua longa jornada. O destino tratou de fazer sua parte, e foi em terras cearenses que ele conheceu Delmira Fragoso do Amaral. Uniram suas vidas, e dessa aliança nasceram cinco filhos, sementes que dariam frutos e flores ao longo dos anos.
Os filhos cresceram, cada um levando um pouco do espírito de luta e resiliência do pai. Décadas passaram, e aquele menino do sítio Lagoa viu sua árvore genealógica expandir-se de maneira extraordinária: 11 netos, 33 bisnetos e, surpreendentemente, 15 tataranetos. Cada rosto uma nova história, mas todas entrelaçadas pelo fio invisível de amor e valores que Decleciano construiu com dedicação.
E não foi apenas na família que ele deixou sua marca. Diácono da Igreja Presbiteriana de Cachoeira de Macacu, no Rio de Janeiro, e membro ativo da União Presbiteriana de Homens, ele dedicou parte de sua jornada ao trabalho religioso, influenciando e acolhendo muitas vidas ao longo do caminho.
Sentado em sua cadeira preferida, Decleciano costuma dizer que a vida é como um livro. “Cada página que escrevi foi com a caneta do trabalho e a tinta do amor à família.” Ele olha para o horizonte, como se enxergasse além do tempo, e sorri ao pensar nas raízes que fincou tão profundamente.
O centenário de Decleciano não é apenas uma celebração de anos vividos, mas de vidas tocadas. Ele é um exemplo de que o tempo, em sua imensidão, não apaga o que é construído com verdade e dedicação. Sua presença é memória viva, uma testemunha de um século repleto de histórias que ainda ressoam nos corações daqueles que têm o privilégio de chamá-lo de avô, bisavô, ou simplesmente, um amigo e exemplo.
E assim segue Decleciano, símbolo de força, fé e esperança, provando que, ao fim das contas, são os laços e não os anos que nos definem.
Informações enviadas pelo Presbítero Dorvy, Secretário do Trabalho Masculino do Sínodo Serrano Fluminense.