A Jornada dos Homens Presbiterianos: Um Legado de Fé e Dedicação

Desde os primórdios da Igreja Presbiteriana do Brasil, o trabalho masculino sempre foi uma chama viva de fé e dedicação. Antes mesmo do início do século XX, os homens presbiterianos já estavam organizados em suas comunidades, compondo o movimento conhecido como "Esforço Cristão". Esses pioneiros, com seus corações ardentes e mentes voltadas para o Reino de Deus, traçaram os primeiros capítulos de uma história que hoje inspira gerações.



Foi em Botucatu, em 1891, que a missionária Clara Hough deu início ao Esforço Cristão no Brasil, um movimento que não apenas uniu homens, mas também jovens e crianças em torno do serviço ao Senhor. A iniciativa logo ganhou força, e em 1902, sob a liderança do reverendo Erasmo Braga, foi realizada a primeira Convenção Nacional do movimento, consolidando sua importância no contexto das igrejas presbiterianas.



Ao longo das primeiras décadas do século XX, o Esforço Cristão se destacou por sua atuação nas comunidades, com ações como visitas a enfermos, apoio a orfanatos, evangelização em prisões e a formação de novas congregações. Relatos da época mencionam o impacto significativo do movimento, especialmente em igrejas como a do Rio de Janeiro, que em 1912 contava com 110 homens em atividades regulares.

Nos anos 1920, o Esforço Cristão, junto a outras sociedades internas, como as de senhoras e de jovens, tornou-se uma força colaborativa dentro da IPB. Ainda assim, enfrentou resistências de alguns pastores, mas perseverou e continuou sua missão.

Com o passar do tempo, o movimento enfrentou um declínio. Na década de 1940, as referências ao Esforço Cristão começaram a desaparecer das publicações oficiais da denominação, mas novas organizações começaram a surgir, como as sociedades missionárias masculinas e as uniões presbiterianas de homens.

Um exemplo emblemático desse legado é a igreja em Alto Jequitibá, que, desde 1916, mantém viva a história do trabalho masculino. Originalmente parte do Esforço Cristão, essa igreja reorganizou seu grupo em 1964, adotando o nome de UPH, e segue como uma referência histórica até hoje.



Uma Proposta para Resgatar a História

O secretário nacional do trabalho masculino, presbítero Paulo Roberto da Silveira Daflon, apresentou uma proposta para resgatar a memória histórica desse movimento. Ele, com base nos estudos realizados pelo pastor e historiador oficial da IPB, Alderi de Souza Matos, sugeriu que a data de 25 de novembro de 1902, quando ocorreu a primeira Convenção Nacional do Esforço Cristão, fosse reconhecida como o marco inicial do trabalho masculino organizado na IPB.


Além disso, fica mantida a data de 2 de fevereiro de 1966, já estabelecida pelo Supremo Concílio da IPB, como o dia oficial das comemorações das UPHs. Essa abordagem reconheceria tanto as origens históricas quanto o desenvolvimento posterior, evitando conflitos e preservando o legado completo.

Para reforçar essa memória, o secretário também sugeriu as decisões sejam amplamente divulgadas nos meios de comunicação da denominação. Documentos históricos, como atas, fotos e relatórios, podem ser utilizados para enriquecer esse resgate e inspirar as gerações futuras.


Reconhecendo a Dedicação dos Pioneiros

Em sua conclusão, o presbítero Daflon reforçou a importância de honrar os homens e mulheres que contribuíram para o movimento ao longo dos anos. Ele mencionou figuras como Clara Hough, Erasmo Braga, e tantos outros líderes que dedicaram suas vidas ao serviço cristão.

Que essa história, repleta de fé, coragem e dedicação, continue a inspirar a Igreja Presbiteriana do Brasil. Que, com confiança em Jesus, entusiasmo na ação e união fraternal, possamos seguir adiante, honrando o legado daqueles que nos precederam e escrevendo novos capítulos dessa jornada.